Semana
44: Reconhecer Nossos Erros e Mudar
A
quadragésima quarta semana do calendário
judaico é marcada pela recordação à Tishá
B’Av. No Perek Shirá o camundongo
agradece ao Eterno que o ergueu, e não deu gosto a seus inimigos (Salmo 30:2).
Ademais, depois de capturado pelo gato, o camundongo reconhece que D’us tem
sido justo em tudo o que sobreveio, porque agiu com iniquidade e Ele com
verdade (Neemias 9:33).
Esta descrição
está relacionada com Shimon e Tishá B'Av.
Shimon, tanto o indivíduo quanto a tribo, cometeram erros graves. Entretanto, através
do arrependimento, até Shimon será redimido na era messiânica. Também, existem
paralelos claros entre o gato e o camundongo e a destruição do Templo, ocorrida
em Tishá B'Av. Ilustrando, a história
do gato e do camundongo pode ser comparada à perseguição dos judeus por nossos
inimigos nesta época do ano. Na era messiânica esta ocorrerá de forma inversa: o Povo Judeu
perseguirá Amalek, que representa a força do mal no mundo, que deve ser
destruída por completo.
No Pirkê Avot desta semana extraímos a
lição de Rabi Nehorái que aconselha a nos exilarmos para um lugar de Torá. Contudo, alerta que neste ato de
exílio, não devemos confiar em nosso próprio entendimento, pois é só através de
debate com os colegas de estudo que a Torá se estabelece (Cap. IV:14). Tishá B’Av é sobretudo acerca do exílio,
mas também de como nossos sábios se exilaram especificamente para um lugar de Torá, estabelecendo uma yeshivá em Yavneh, onde estudavam juntos e conseguiram dar continuidade ao
Judaísmo.
Outrossim, o sofrimento
e destruição vivenciado pelo Povo de Israel nesta época é de díficil entendimento. Assim sendo, é
apropriada a afirmativa de que não devemos nos basear em nossa compreensão
limitada.
Nesta semana a
combinação das sefirot resulta em guevurá shebemalchut pois devemos
trabalhar nossa força e determinação para conseguirmos alcançar os objetivos
neste mundo material, não obstante os obstáculos. Cumpre notar que Tishá B’Av é ligada a sefirá guevurá pois muitas tragédias
ocorreram neste dia, incluindo o decreto no qual os judeus iriam passar mais 40
anos no deserto, bem como a destruição dos dois Templos. No entanto, também é
ligado a sefirá malchut e a vinda do Mashiach.
Ainda, a lição de
auto-aprimoramento que obtemos do camundongo é a de que D’us pode nos levantar
a qualquer momento. Para sair de uma depressão, devemos aumentar nossas
orações, que só a Ele devem ser dirigidas. Mais do que isso, temos que entender
que qualquer queda,seja no âmbito individual ou como um povo, é razão para que
iniciemos um processo de teshuvá (retorno
a D’us). Entretanto, o auto- julgamento só é positivo se não remexermos em
demasia em nossos pecados, mas sim aprendermos com eles para tornarmo-nos
pessoas melhores. Existe uma fronteira tênue entre coração arrependido, que é um
sentimento positivo, e depressão, que deve, se possível, ser evitada a todo
custo, pois faz a pessoa se afastar mais ainda da Torá e das mitzvot. O sentimento
aqui almejado deve nos levar a alegria, conforme veremos na semana a seguir.