Semana 38: Ser Forte e Valente Para Defender o Bem Comum
E na trigésima oitava semana, ao final do mês de Sivan, o leão declara no Perek Shirá
que o Eterno sairá como um guerreiro poderoso, e exercerá vingança como um
homem em guerra. Triunfante, D’us
clamará em alta voz e sobrepujará Seus inimigos (Isaías 42:13). Este verso está
conectado com o mês de Sivan, no qual todo povo estremeceu ao ouvir a
voz de D’us presenteando-o com os Dez Mandamentos no Monte Sinai. O verso do
leão também está relacionado a Zevulun, que saía pelo mar em busca de comércio.
Os nosso sábios fazem uma ligação muito interessante entre a “saída”
para a guerra e a “saída” à procura de sustento – que sabemos, não
deixa de ser uma espécie de guerra.
A
semana do leão não só é a última semana do mês de Sivan, mas também a
última da primavera. Os próximos dois
primeiros meses do verão, Tamuz e Av, são bastante
intensos, e muito conectados com a ideia da destruição do
Templo. Outrossim, estão ligados à construção do Terceiro Templo e à era
messiânica. O símbolo zodiaco do mês de Av
é Léo. Para suportar estes meses, teremos que ser fortes como o leão.
Neste versículo da semana trinta e oito, o próprio D’us é referido como Leão. Note-se
que o Templo também é referido como leão (Ariel, que literalmente significa "leão de D’us"), sendo este
animal o símbolo de Yehudá, do Rei David e de Moshiach. Existe um Midrash
que explica esta relação: "O Leão (Nevuchadnetzar)
apareceu durante o leão (mês de Av) e destruiu Ariel (o Templo); de modo que, o Leão (D’us) aparecerá durante o
leão (mês de Av) e reconstruirá Ariel".[1]
O
Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Ionatán (Cap. IV:9):
quem cumpre a Torá na pobreza,
cumpri-la-á na riqueza; mas quem se descuida da Torá na riqueza, descuidar-se-á dela na pobreza. Nesta semana
existe um conceito semelhante. Se descuidarmos da Torá logo depois que ela for dada em Shavuot,
será mais difícil ainda cumpri-la durante a potencial pobreza espiritual dos
meses seguintes, Tamuz e Av. Mas,
se cumprirmos a Torá nesses meses de “pobreza”, os
transformaremos em meses de tremenda riqueza espiritual, quando Moshiach
chegar. De forma geral, nosso cumprimento da Torá na “pobreza espiritual” do exílio, será compensada com a
possibilidade de cumprir Torá na
riqueza da era messiânica.
Este
trecho do Pirkê Avot também está
bastante ligado à tribo de Zevulun, que através de seu comércio trazia opulência
para seus irmãos, a tribo de Issachar. Isso permitia que Issachar se dedicasse
totalmente ao estudo da Torá. E Zevulun, mesmo que atuante profissionalmente,
sempre continuou fiel à Torá e dedicado a Seu estudo. A combinação
das sefirot desta semana resulta em tiferet shebeyesod, ou seja,
na beleza e equilíbrio que ressoa de nossa fundação judaica. A lição de
auto-aprimoramento que extraímos do leão é a de que devemos ser valentes e sair
de nosso mundo fechado para ajudar a todos a nossa volta, com o
intuito de alcançarmos o bem da coletividade.
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