Semana
33: Enxergar os Tesouros Espirituais Guardados Dentro de Cada Um
E chegamos a semana trinta e três do calendário
judaico, semana de Pessach Sheini e Lag
Ba’Ômer. Lag Ba’Ômer é um dia grandioso, pois foi
nele que os estudantes de Rabi Akiva pararam de falecer. Outrossim, festejamos
porque Lag Ba’Ômer é o yahrzeit do grande tzadik
Rabi Shimon Bar Yochai. É costume acender uma fogueira, representando a luz que
ele trouxe ao mundo, através de seus ensinamentos da cabalá.
No Perek Shirá
o jumento declama que ao Eterno pertencem a grandeza, o poder, glória,
eternidade, majestade, e tudo que existe nos céus e na terra: a realeza onde D’us está exalçado acima de
tudo (1 Crônicas 29:11). O Rei David declamou este versículo quando estava no
ápice de sua glória reiterando que tudo é de D’us: glória e a realeza, terra e
céus. O verso do burro contém todas as sete sefirot emocionais: chesed,
guevurá, tiferet, netzach, hod, yesod e malchut.
Estas fazem parte dos conceitos cabalísticos revelados por Rabi Shimon.
A palavra jumento em hebraico, chamor, vem de chomer,
matéria. Apesar de ser
extremamente impuro, o jumento tem uma mitsvá
que nenhum outro animal não-kasher
possui: "Todo primogênito de burro deve ser redimido com uma ovelha".[1] O Talmud explica que o burro ganhou esta mitsvá porque ajudou os judeus no
transporte dos tesouros recebidos no Egito.[2]
Mas existe algo mais profundo: o jumento é bruto e teimoso por fora, mas é doce por
dentro, como uma ovelha. Ele representa o tesouro a ser encontrado dentro de
cada um de nós.
O Alter Rebbe nos ensina que a melhor maneira de amar o próximo como a si
mesmo é olhar o outro enfocando sua essência interior. Assim, deixamos de lado
diferenças superficiais para nos concentramos na alma, cuja fonte é a mesma
para todos: D’us.[3]
Este é o poder do Rabi Shimon Bar Yochai, capaz de compreender não só o
significado profundo do lado místico da Torá,
mas também o valor interior de cada judeu.[4]
A lição do Pirkê
Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Yochanán ben Berocá que
disse: quem profana o Nome Celestial em segredo, será castigado em público (Cap.
IV:4). De forma oposta, Rabi Shimon Bar Yochai santificou o nome de D’us em segredo e depois
publicamente. Ele passou doze anos dentro de uma caverna estudando Torá com seu filho. Passado este longo
período, saiu da caverna e revelou seus ensinamentos para o mundo,
transformando-o para sempre.
A combinação das sefirot
desta semana resulta em hod shebehod, tal como o próprio Lag Ba’Ômer, um dia de tremenda
revelação da glória Divina. Nesta semana, a lição de auto-aprimoramento que
recebemos da declaração do burro é a de reconhecer a enorme beleza divina que
temos dentro de nós. Afinal, somos todos criados na imagem de D’us.
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