Semana 28: Reconhecer Limitações para Delas Se Libertar
Nesta semana, marcada
pelo primeiro dia de Pessach,
no Perek Shirá o porco e o coelho afirmam que o Eterno faz o bem aos
justos e retos de coração (Salmo 125:4). Acrescentem-se duas datas importantes:
dia treze de Nissan, o yahrzeit do Terceiro Rebbe de Lubavitch,
Menachem Mendel; e, dia onze, o nascimento do Sétimo Rebbe, o Rebbe, que leva o
mesmo nome em sua homenagem. O Terceiro Rebbe era chamado de Tzemach Tzedek que é o título de uma de suas obras
principais – “ramo justo”, uma referência a Mashiach.
O porco é considerado um
hipócrita pois ele tem as características externas de um
animal kasher, já que seu casco é fendido, mas internamente, seus
intestinos não são. A situação do coelho é exatamente
oposta a do porco. Este animal não tem o casco
fendido, mas seus intestinos são de um animal kasher. Neste sentido, o coelho já é “reto de coração”, mas seus
atos e características externas não são “justos.”
Além do porco e camelo
(animal da semana trinta), o hyrax e a lebre são os
únicos dois animais explicitamente mencionados na Torá como sendo não-kasher
pelas razões já mencionadas. Estes
animais são da família do coelho. O Midrash em Vaikra Rabá explica que o hyrax representa o exílio persa, enquanto
que a lebre o exílio grego. Já o porco representa o exílio de Esaú (Roma) e de
seus descendentes – nosso exílio atual. O cântico destes animais nos faz
refletir sobre a redenção final, quando o porco e o coelho serão animais kasher.
O
Tzemach Tzedek e o Rebbe representam a qualidade principal de Pessach: redenção. Semelhante aos
animais acima, a redenção tem dois aspectos: a parte interna (intelectual e
emocional) e a externa (material e física). Em relação ao lado interno, tanto o
Tzemach Tzedek quanto o Rebbe introduziram conceitos chassídicos
importantíssimos e conseguiram publicar e difundir obras de Rebbes anteriores. Paralelamente,
em relação ao lado externo, o Tzemach Tzedek estabeleceu assentamentos
agrícolas que salvaram muitos judeus da miséria, além de resgatar milhares de
crianças forçadas a se alistar ao exército russo. Por sua vez, o Rebbe estabeleceu
centros judaicos pelo mundo inteiro e ajudou a salvar os milhares de judeus
presos na “cortina de ferro” da União Soviética.
Rabi
Elazar ben Azariá nos ensina no Pirkê Avot desta semana que sem Torá não há conduta social adequada; e se
não há conduta social adequada, não há Torá...
Se não há farinha, não há Torá; e se não há Torá, não há farinha.
A farinha é uma referência ao sustento, à matsá e ao costume de
providenciar o trigo para os pobres em Pessach. Rabi Elazar mostra que é
necessário unir o lado interno com o externo, as preocupações espirituais com
as físicas.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em malchut
shebenetzach, quando, no Seder de
Pessach, vivenciamos a experiência de
vitória, humildade e redenção dentro do mundo físico. Netzach é a quarta sefirá,
conectada com Moisés e o Seder é
baseado neste número, como os quatro copos de vinho e os quatro filhos. Através
do porco e do coelho aprendemos a aspirar uma vida mais meritória.
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