Semana 29: Depois da Inspiração
Inicial, “Botar as Mãos na Massa”
E
vamos para a vigésima nona semana, a semana de Pessach, quando no Perek Shirá o animal de carga afirma que aquele
cujo sustento vem do trabalho das próprias mãos, feliz será e tudo correrá bem
(Salmo 128:2). Em Pessach,
sentimos as bençãos e redenção de D’us.
No entanto, a partir do segundo dia desta festa, o Povo Judeu já começa a
contar o ômer e cada qual trabalha em
seu auto-aprimoramento. Desta forma, quando Shavuot
chegar, mereceremos ter recebido a Torá
também por esforços próprios.
O
animal desta semana está associado a Ismael e seus descendentes, e ao exílio do
Povo de Israel nas suas terras. Este filho de Abrahão era conhecido pela grande
capacidade de rezar, e confiar plenamente na redenção e nas bençãos de D’us.[1]
De fato, Ismael recebeu grandes bençãos,
mas parte das bençãos também mostra um lado dele ainda a ser aprimorado. O anjo
diz à sua mãe que “a mão
[de Ismael] estará em todos.” Antes do final de sua vida, Ismael
se arrepende de suas ações, faz teshuvá (retorna
a D’us), e tem um bom relacionamento com Isaac.[2]
Na era messiânica, os descendentes de Isaac e de Ismael também irão conviver em
paz.
No último dia de Pessach, é usual nos círculos chassídicos
fazer uma refeição denominada Moshiach Seuda, em homenagem a Mashiach
e ao mundo vindouro. O
verso do animal de carga está exatamente relacionado com a era messiânica. Nossos
sábios o interpretam afirmando que aquele cujo sustento vem do trabalho das próprias
mãos, “feliz será” - neste mundo – “e tudo correrá bem” – no mundo vindouro.[3]
No Pirkê Avot
desta semana, Rabi Elazar ben Hismá explica que as leis relativas a certos sacrifícios animais e à pureza familiar são essenciais, sendo
que a astronomia e a numerologia são condimentos para sabedoria (Cap. III:18). Em Pessach não comemos chametz, ou
seja, qualquer comida fermentada baseada
em grãos e água. Espiritualmente, isto significa que
deixamos de lado tudo que infla e mascara a nossa essência e relacionamento com
D’us e com o próximo. As duas leis mencionadas por Rabi Elazar são fundamentais
para o relacionamento entre marido e mulher e entre D’us e o Povo Judeu. Nos
dias atuais, como não podemos trazer(ou fazer?) sacrifícios, fazemos a
substituição por preces e através do estudo.
Nesta semana, a
combinação das sefirot resulta em chesed shebehod, quando nos
esforçamos para sentir as bençãos recebidas durante Pessach. Aprendemos do animal de carga
que não devemos esperar que nosso
desenvolvimento venha “de mão beijada”.
Por conseguinte, temos que trabalhar para alcançar esta elevação espiritual.
[1] Gênesis
21:10, 48:22, Targum
[2] Gênesis
25:9, Rashi
[3]
Maimônides, Mishna Torá, Hilchot Talmud Torá, Cap. 3:5
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