Semana
18: Viver em Harmonia com a Natureza de maneira Sobrenatural
Na
décima oitava semana, Rosh Chodesh Shvat, é a vez do gafanhoto no Perek Shirá louvar a D’us seu cântico, declamando que seus olhos estão
erguidos para as montanhas, de onde virá seu auxílio (Salmo 121:1). Assim, o canto
do gafanhoto está ligado à reza e à fé.
É
incrível como esse animal está conectado na semana quando nas sinagogas se faz a
leitura das pragas, inclusive a de gafanhotos, enviadas ao povo egípcio quando
manteve os judeus escravizados.
O
mês de Shvat está relacionado com a
fé. Em pleno inverno, o Povo Judeu celebra Tu B’Shvat, confiando que as
árvores irão florescer em breve. Nesta celebração, inclusive de caráter
ecológico, o Povo de Israel comemora o ano novo das árvores. Neste dia, temos o
costume de comer muitas frutas de diferentes tipos.
Shvat é o mês da tribo
de Asher, que representa prazer e
deleite. A festividade de Tu B’Shvat e, frutas em geral, são relacionadas
com estes conceitos.
O Pirkê Avot
desta semana está no ensinamento do Rabi Nechunia ben Hacaná, ao lecionar que
“todo aquele que assume sobre si o jugo da Torá
(isto é, a obediência e diligência no estudo e seu cumprimento) – lhe são
retirados o jugo do governo e das obrigações mundanas; porém, quem retira de si
o jugo da Torá – lhe são impostos o
jugo do governo e o das obrigações mundanas” (Cap. III:5). Rabi Nechunia
aconselha tomar para si o estudo da Torá, “Árvore da Vida,” que está acima da natureza. E, se não o
fizer, estará sujeito às obrigações mundanas da vida. Rabi Mendel de Kotsk
explica que conhecemos muitos exemplos de sábios e estudiosos da Torá com obrigações mundanas e inclusive
profissionais. Porém, estes não sentiam tais obrigações como um jugo ou
preocupação.[1]
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta
em netzach shebetiferet representando a vitória e persistência
existentes na beleza e equilibrio. Em Shvat,
ainda no inverno, a árvore tem que persistir para sobreviver, e só com equilíbrio
ela conseguirá. Sem raízes suficientes,
a árvore não fica de pé. Sem galhos e folhas, a árvore não tem energia para se
nutrir.
Depreende-se do
canto do gafanhoto que a ajuda vem de D’us quando levantamos os olhos acima da
nossa visão costumeira. O Midrash ensina que as montanhas são uma
referência aos patriarcas, pois é em grande parte pelo mérito das ações deles
que D’us nos salva. A lição é a de que temos que enxergar não só nossa situação
atual, mas o todo, o que somos e de onde viemos - de nossos pais.
No comments:
Post a Comment