Semana
1: Levantar a Cabeça, Escolher um Mestre e Reconhecer a Unicidade de D’us
O mês
de Tishrei, representado pela tribo de Efraim, é praticamente todo
dedicado à espiritualidade – repleto de festas judaicas cobertas de alegria, do
começo ao fim. Efraim, filho de José, passou a vida estudando Torá com
seu avô, Jacob, e teve uma vida profundamente espiritual.
Na
primeira semana do calendário judaico, a festividade celebrada que marca o
começo do ano é Rosh Hashaná, cabeça do ano. Nesta semana, o primeiro
animal do Perek Shirá é o galo que canta um verso introdutório, seguido exatamente de outros sete cantos,, um para cada dia da semana. Paralelamente,
em Rosh Hashaná,
o Povo Judeu escuta o canto de despertar espiritual do toque do shofar. Existe
um paralelo entre os oito cantos do galo e as oito vezes em que se toca o shofar
em Rosh Hashaná. O shofar é
tocado 100 vezes, tal qual os cantos do galo, que tem 100 palavras.
O galo, animal majestoso
que encabeça a listagem dos animais no Perek Shirá, representa a idéia
do reinado de D’us. É exatamente em Rosh Hashaná que o Povo de Israel
reconhece D’us como Rei.
No Pirkê Avot, os quatorze primeiros autores dos
ditos do Capítulo I repetem a idéia de obter e seguir a orientação de um único
mestre. Para crescermos espiritualmente, é importante a
escolha de um guia que nos conheça, para dar orientação e responder perguntas e
que seja objetivo sobre o que é necessário para obtermos autoaperfeiçoamento.
Esses versos contém uma introdução seguida de sete
pares de rabinos, paralelos ao canto do
galo, que contêm uma introdução e sete versos. Estas lições estão todas conectadas
a Rosh Hashaná.
A
primeira semana do ano está associada a combinação de sefirot que resulta em chesed shebechesed.
Chesed significa bondade, e em Rosh Hashaná sentimos que D’us atende
abundantemente aos pedidos e súplicas de Seus filhos. O Ba’al Shem Tov explica
que o toque do shofar é como o grito
de um príncipe que passou anos fora de casa e esqueceu sua própria língua
materna. Ao ver à distância seu pai, o Rei, grita por reconhecimento.
O galo
também nos ensina uma importante lição. No seu cântico do Perek Shirá, ele aconselha o indivíduo a não
continuar dormindo, levantar a cabeça e seguir em frente. E levantar da cama
não é o primeiro conselho que se pode dar a uma pessoa que está melancólica ou
deprimida?[1]
O ato de levantar é um grande milagre e o primeiro passo para enfrentarmos com
fé as alegrias, como também as vicissitudes de um novo dia.
[1] Este ensinamento não
tem a pretensão nem a ousadia de substituir um medicamento prescrito a uma
pessoa clinicamente deprimida. O objetivo dessa lição é o de apontar como o ser
humano pode se inspirar na conduta do galo, que levanta cedo para um novo dia,
sem auxílio de qualquer eletrônico.
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