Semana 43:
Perseguir o Amor e a Paz
Na quadragésima
terceira semana, de Rosh Chodesh Av,
é o gato quem louva a D’us no Perek Shirá. Em primeiro lugar, o gato
elabora que embora o inimigo possa subir ao alto como a águia e fazer seu ninho
entre as estrelas, dali o Eterno irá fazé-lo descer (Obadias 1:4). E ainda, o
gato declara ao alcançar o camundongo que perseguiu seus inimigos e os dominou,
e não voltou até os consumir (Salmo 18:38). O gato é um felino, quase um leão
em miniatura. Neste mês temos o potencial de ser como leões. No futuro, Mashiach reinará na Terra como o leão, e
ele nascerá no mês de Av. Rosh Chodesh Av que é o yahrzeit
de Aarão, uma das poucas datas de falecimento mencionadas explicitamente na
Torá. Aarão era conhecido por
perseguir a paz.[1]
O mês de Av tem o leão como símbolo no zodíaco.
Como explicado na semana 38, o Midrash
mostra a relação do mês de Av com o
leão. Este mês é representado pela tribo de Shimon, que tem um atributo muito
forte de julgamento severo. Este mês também está
relacionado ao tikun (recuperação) da
audição. O nome Shimon vem da palavra shmiá, audição, e este mês está ligado ao pecado do povo que deu ouvido aos espiões.
Foi em Av que os espiões contaram a
descrição de Terra de Israel ao povo, que absorveu a parte negativa e se
acovardou, ao invés de assimilar somente a parte positiva do relato.
O
gato, que vem a ser predador do camundongo, canta de como vai conseguir sua
presa. Isto é apropriado para o começo do mês de Av, quando os judeus foram presas de seus inimigos. O cântico do
gato vem de palavras do profeta Obadias, direcionado a Roma. Foi Roma que
perseguiu e causou a destruição do Segundo Templo.
Nesta semana, o Pirkê Avot através
do ensinamento de Rabi Yehudá Bar Ilai alerta para que sejamos cautelosos ao estudar,
pois um erro inadvertido por falta de estudo é considerado uma transgressão
voluntária (Cap. IV:13). Sabe-se que a
destruição do Primeiro Templo foi devida à falta de importância dada ao estudo
da Torá.
Rabi Yehudá
também exemplifica a possibilidade de paz entre judeus e romanos. Uma vez ele
encontrou um romano que era o único sobrevivente de um naufrágio. Apesar de sequer conhecê-lo, Rabi Yehudá lhe deu suas
roupas. Depois descobriu-se que este romano desconhecido era um legislador
poderosíssimo e que por causa de Rabi Yehudá anulou todos os decretos desfavoráveis
ao Povo de Israel![2]
Nesta semana a
combinação das sefirot resulta em chesed shebemalchut. Como Rabi Yehudá, temos que demonstrar nossa bondade de forma
que ela tenha um impacto neste mundo material. A lição que podemos extrair do
gato é a de que assim como o gato persegue o camundongo de forma negativa,
devemos ser como Aarão e “perseguir” de forma positiva, com amor e paz, todos
os nossos semelhantes.