Daily Insight

Weekly Cycle



Sunday, March 22, 2009

Semana 40: Lutar Pela Verdade

 Semana 40: Lutar Pela Verdade

E na quadragésima semana, ainda no começo do mês de Tamuz, no Perek Shirá o lobo canta que sobre toda coisa de delito – sobre boi, asno, cordeiro, roupas ou qualquer coisa perdida em que houver qualquer contestação – a causa de ambos virá aos juízes; e aquele a quem os juízes condenarem pagará o dobro a seu companheiro (Êxodo 22:8).
O verso do lobo tem uma conexão forte com Reuven. Reuven havia perdido a porção dupla que tinha direito como primogênito, por causa de um erro que cometeu, ao mexer a cama de uma das concubinas de Jacob. Em outra ocasião, quando Jacob impediu que levassem Benjamin para o Egito, Reuven disse que se não o trouxessem de volta, estaria disposto a abrir mão de seus dois filhos, o que equivaleria ao “dobro” da perda.
O lobo é o símbolo da tribo de Benjamin, que por sua vez, também está bastante conectado com o verso deste animal. Ao chegar no Egito, Benjamin é acusado injustamente de roubo pelo Vice-rei,  José. Benjamin também é o mais conectado com a Terra de Israel pois foi o único que lá nasceu.
O verso do lobo também contém um paralelo muito interessante com a conquista da Terra de Israel. O primeiro comentário do Rashi na Torá explica porque a Torá começa com a criação do mundo, e não com a saída do Egito. O sábio explica que quando os povos nos acusarem de "ladrões", alegando de estarmos "roubando" a terra, diremos que todo o mundo é de D’us, e é Ele quem determina quais terras dar a quem.
Nesta semana, o Pirkê Avot através da lição de Rabi Eliezer ben Yaacov ensina que quem cumpre uma mitsvá adquire para si um defensor; e aquele que comete uma transgressão, adquire para si um acusador. O arrependimento e as boas ações são como um escudo contra a retribuição (castigo) (Cap. IV:11). A lição do Pirkê Avot está bastante ligada ao roubo, uma má ação que traz um acusador. Ao mesmo tempo, também está ligada ao mês de Tamuz e ao conserto do olhar. É importante olhar os outros com bons olhos, apreciando suas boas ações, para podermos também servir como bons defensores.
 A combinação das sefirot resulta em hod shebeyesod. Nesta semana devemos ser gratos, dedicados, e corretos em nossos conceitos éticos elementares judaicos. A lição de auto-aprimoramento que aprendemos com o lobo é a de que não devemos ser injustos  permitindo  assim,que a falsidade prevaleça sobre a verdade.


Sunday, March 15, 2009

Semana 41: Não Se Deixar Corromper


Semana 41: Não Se Deixar Corromper

Na  quadragésima primeira semana no Perek Shirá a raposa avisa que será punido aquele que constrói sua casa sem retidão e seus terraços sem justiça; que faz seu semelhante trabalhar de graça e não lhe entrega seu salário (Jeremias 22:13). Esta semana é marcada pelo dia de 17 de Tamuz, quando começamos a contagem das três semanas de luto conectadas à destruição do Templo. Esta destruição da casa de D’us ocorreu em razão da injustiça daquela época. Esta semana também inclui a festa chassídica de Yud Beit/Yud Gimmel Tamuz (12 e 13 de Tamuz), aniversário e dia de redenção do Sexto Rebbe de Lubavitch, Yosef Yitzchak Schneerson.[1]
A raposa é o símbolo da destruição do Templo, conforme descrito no Talmud, no final do tratado de Makkot. Lá se conta que vários rabinos da época da destruição do Segundo Templo, viram uma raposa entrar no local onde ficava a parte mais sagrada do Templo. Neste trecho, o Talmud relata como Rabi Akiva consegue ver estes acontecimentos com bons olhos e com otimismo, ao ponto de começar a rir, enquanto os outros rabinos estavam chorando. Ao explicar o riso, Rabi Akiva consegue consolar os outros rabinos.
Os dias 12 e 13 de Tamuz marcam o momento em que o Sexto Rebbe de Lubavitch desafiou o império soviético da época e venceu. Anos depois, a União Soviética em si, marcada pela injustiça e falta de retidão desmoronou, assim como o muro de Berlim. O sétimo Rebbe, Menachem Mendel Schneerson previu este acontecimento muitos anos antes.
Rabi Yochanán HaSandlar ensinou através do Pirkê Avot que toda a assembléia  por amor ao Céu obterá resultados duradouros, mas aquela que não for por amor ao Céu não os obterá (Cap. IV:11). O ensinamento de Rabi Yochanán é muito similar ao verso da raposa. Ele está discutindo a importância de não se corromper e se dividir por motivações pessoais. A firmeza da comunidade vem através de mantermos os princípios, e agir de acordo com a vontade de D’us. O melhor exemplo disso é o próprio Sexto Rebbe de Lubavitch, que conseguiu que a religião judaica se mantivesse em plena opressão comunista. Sabemos que quando não seguimos a palavra de D’us, a comunidade inteira sofre e nossas estruturas não sobrevivem, como ocorreu em 17 do mês de Tamuz.
A combinação das sefirot resulta em yesod shebeyesod, isto é, firmeza absoluta em nossa base judaica, para que a fundação representada pela casa e comunidade continue no caminho de D’us.
A lição de auto-aprimoramento que obtemos da raposa é a de que devemos praticar o bem e não nos deixar entorpecer por oportunidades desonestas e imediatistas. Se caminharmos com as lições da Torá , nossa casa será mais sólida e segura.


[1] Quando damos a cada dia do ano uma combinação de sefirot, o dia 12 de Tammuz resulta em guevurá shebeyesod shebeyesod. O Rebbe Yosef Yitzchak foi o Sexto Rebbe, e como explicado, yesod é a sexta sefirá. Além disto, Yosef representa a sefirá yesod e Yitzchak a sefirá guevurá. Vale notar que este livro foi concluído nesta data.

Sunday, March 8, 2009

Semana 42: Perseguir a Justiça


Semana 42: Perseguir a Justiça

Na quadragésima segunda semana no Perek Shirá, que se passa durante as três semanas de luto, o cão de caça clama aos justos que exultem o Eterno e, àqueles de coração puro, cabe erguer cânticos de louvor (Salmo 33:1).
Interessante notar que o cão de caça, que representa retidão, vem depois do animal caçado por ele, a raposa, ligada a corrupção e injustiça. O cão também é o exemplo perfeito da lealdade. Durante este período de três semanas de luto, lembramos que depois de milênios de exílio e tantas tragédias, o Povo de Israel ainda consegue manter-se leal e fiel a D’us, assim como o cão. Além disso, D’us também manteve sua fé em nós. Tal lealdade e retidão, tanto por parte do Povo Judeu e de D’us, certamente é digna de reconhecimento e louvor.
Rabi Elazar ben Shamúa nos ensina no Pirkê Avot que a honra de teu aluno deve ser tão preciosa para ti como a tua própria honra; e que a honra de teu colega seja como a tua reverência por teu mestre, e que a reverência por teu mestre seja como o temor ao Céu (Cap. IV:12). Existe aqui outra ligação com Tamuz: a capacidade de olhar a todos com bons olhos, enxergando mais a fundo o grande valor e potencial de cada um, seja ele aluno, colega, ou mestre. O cão de caça segue muito bem o ensinamento de Rabi Elazar, tendo uma veneração ao seu dono parecida com aquela devida aos Céus!
Na quadragésima segunda  semana a combinação das sefirot resulta em malchut shebeyesod pois com base em uma fundação judaica sólida iremos influenciar o mundo a nossa volta e exaltar o nome de D’us.
Finalmente, a lição de auto-aprimoramento que extraímos com o cão de caça é a de que, tal qual este  persegue a raposa, devemos sempre “perseguir justiça” a todo custo. [1]


[1] Deuteronômio 16:20

Sunday, March 1, 2009

Semana 43: Perseguir o Amor e a Paz


Semana 43: Perseguir o Amor e a Paz

Na quadragésima terceira semana, de Rosh Chodesh Av, é o gato quem louva a D’us no Perek Shirá. Em primeiro lugar, o gato elabora que embora o inimigo possa subir ao alto como a águia e fazer seu ninho entre as estrelas, dali o Eterno irá fazé-lo descer (Obadias 1:4). E ainda, o gato declara ao alcançar o camundongo que perseguiu seus inimigos e os dominou, e não voltou até os consumir (Salmo 18:38). O gato é um felino, quase um leão em miniatura. Neste mês temos o potencial de ser como leões. No futuro, Mashiach reinará na Terra como o leão, e ele nascerá no mês de Av. Rosh Chodesh Av  que é o yahrzeit de Aarão, uma das poucas datas de falecimento mencionadas explicitamente na Torá. Aarão era conhecido por perseguir a paz.[1]
O mês de Av tem o leão como símbolo no zodíaco. Como explicado na semana 38, o Midrash mostra a relação do mês de Av com o leão. Este mês é representado pela tribo de Shimon, que tem um atributo muito forte de julgamento severo. Este mês também está relacionado ao tikun (recuperação) da audição. O nome Shimon vem da palavra shmiá, audição, e este mês está ligado ao pecado do povo que deu ouvido aos espiões. Foi em Av que os espiões contaram a descrição de Terra de Israel ao povo, que absorveu a parte negativa e se acovardou, ao invés de assimilar somente a parte positiva do relato.
O gato, que vem a ser predador do camundongo, canta de como vai conseguir sua presa. Isto é apropriado para o começo do mês de Av, quando os judeus foram presas de seus inimigos. O cântico do gato vem de palavras do profeta Obadias, direcionado a Roma. Foi Roma que perseguiu e causou a destruição do Segundo Templo.
Nesta semana, o Pirkê Avot através do ensinamento de Rabi Yehudá Bar Ilai alerta para que sejamos cautelosos ao estudar, pois um erro inadvertido por falta de estudo é considerado uma transgressão voluntária (Cap. IV:13).  Sabe-se que a destruição do Primeiro Templo foi devida à falta de importância dada ao estudo da Torá.
Rabi Yehudá também exemplifica a possibilidade de paz entre judeus e romanos. Uma vez ele encontrou um romano que era o único sobrevivente de um naufrágio. Apesar de  sequer conhecê-lo, Rabi Yehudá lhe deu suas roupas. Depois descobriu-se que este romano desconhecido era um legislador poderosíssimo e que por causa de Rabi Yehudá anulou todos os decretos desfavoráveis ao Povo de Israel![2]
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em chesed shebemalchut. Como Rabi Yehudá, temos que demonstrar nossa bondade de forma que ela tenha um impacto neste mundo material. A lição que podemos extrair do gato é a de que assim como o gato persegue o camundongo de forma negativa, devemos ser como Aarão e “perseguir” de forma positiva, com amor e paz, todos os nossos semelhantes.  


[1] Pirkê Avot, I:12
[2] Marcus, p. 138

Sunday, February 22, 2009

Semana 44: Reconhecer Nossos Erros e Mudar

Semana 44: Reconhecer Nossos Erros e Mudar

A  quadragésima quarta semana do calendário judaico é marcada pela recordação à Tishá B’Av. No Perek Shirá o camundongo agradece ao Eterno que o ergueu, e não deu gosto a seus inimigos (Salmo 30:2). Ademais, depois de capturado pelo gato, o camundongo reconhece que D’us tem sido justo em tudo o que sobreveio, porque agiu com iniquidade e Ele com verdade (Neemias 9:33).
Esta descrição está relacionada com Shimon e Tishá B'Av. Shimon, tanto o indivíduo quanto a tribo, cometeram erros graves. Entretanto, através do arrependimento, até Shimon será redimido na era messiânica. Também, existem paralelos claros entre o gato e o camundongo e a destruição do Templo, ocorrida em Tishá B'Av. Ilustrando, a história do gato e do camundongo pode ser comparada à perseguição dos judeus por nossos inimigos nesta época do ano. Na era messiânica esta  ocorrerá de forma inversa: o Povo Judeu perseguirá Amalek, que representa a força do mal no mundo, que deve ser destruída por completo.
No Pirkê Avot desta semana extraímos a lição de Rabi Nehorái que aconselha a nos exilarmos para um lugar de Torá. Contudo, alerta que neste ato de exílio, não devemos confiar em nosso próprio entendimento, pois é só através de debate com os colegas de estudo que  a Torá  se estabelece (Cap. IV:14). Tishá B’Av é sobretudo acerca do exílio, mas também de como nossos sábios se exilaram especificamente para um lugar de Torá, estabelecendo uma yeshivá em Yavneh, onde estudavam juntos e conseguiram dar continuidade ao Judaísmo.
Outrossim, o sofrimento e destruição vivenciado pelo Povo de Israel nesta época é  de díficil entendimento. Assim sendo, é apropriada a afirmativa de que não devemos nos basear em nossa compreensão limitada.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em guevurá shebemalchut pois devemos trabalhar nossa força e determinação para conseguirmos alcançar os objetivos neste mundo material, não obstante os obstáculos. Cumpre notar que Tishá B’Av é ligada a sefirá guevurá pois muitas tragédias ocorreram neste dia, incluindo o decreto no qual os judeus iriam passar mais 40 anos no deserto, bem como a destruição dos dois Templos. No entanto, também é ligado a sefirá malchut e a vinda do Mashiach.
Ainda, a lição de auto-aprimoramento que obtemos do camundongo é a de que D’us pode nos levantar a qualquer momento. Para sair de uma depressão, devemos aumentar nossas orações, que só a Ele devem ser dirigidas. Mais do que isso, temos que entender que qualquer queda,seja no âmbito individual ou como um povo, é razão para que iniciemos um processo de teshuvá (retorno a D’us). Entretanto, o auto- julgamento só é positivo se não remexermos em demasia em nossos pecados, mas sim aprendermos com eles para tornarmo-nos pessoas melhores. Existe uma fronteira tênue entre coração arrependido, que é um sentimento positivo, e depressão, que deve, se possível, ser evitada a todo custo, pois faz a pessoa se afastar mais ainda da Torá e das mitzvot. O sentimento aqui almejado deve nos levar a alegria, conforme veremos na semana a seguir.

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