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Sunday, May 3, 2009

Semana 34: Trabalhar de Forma Concentrada e Sem Ego


Semana 34: Trabalhar de Forma Concentrada e Sem Ego

Na semana trinta e quatro, chegando ao final do mês de Iyar, no Perek Shirá, o boi declama que Moisés e os filhos de Israel cantarão este cântico ao Eterno, e dirão: cantarei ao Eterno, que gloriosamente Se enalteceu; cavalo e seu cavaleiro jogou no mar (Êxodo 15:1). É interessante lembrar que o mês de Iyar está ligado no zodíaco ao signo de Touro.
E vejamos que impressionante: o mês de Iyar começou com o cavalo e termina com o boi cantando sobre como D’us jogou o cavalo ao mar! O cavalo representa força, assim como o boi, contudo, de forma talvez menos direcionada e ligada a D’us.[1] Aceitar as restrições impostas é a característica do boi, que firme mas humildemente se conforma com a sua posição, conforme expressa o versículo do Perek Shirá. É a firmeza junto com a aceitação do jugo do boi, em oposição à força pura do cavalo, que é a mais preciosa aos olhos de D’us.
A lição desta semana do Pirkê Avot está no conselho do Rabi Yishmael quando ensina que aquele que estuda a Torá para ensinar, a ele é dada a oportunidade de estudar e de ensinar; e aquele que estuda para praticar (o estudado), a ele é dada a oportunidade de estudar e de ensinar, de observar e de praticar (Cap. IV:5). As palavras de Rabi Yishmael estão relacionadas à contagem do ômer e ao erro dos discípulos de Rabi Akiva. O importante é aprender para ensinar e praticar – não para aumentar o próprio ego, julgando-se  melhor do que o outro, simplesmente porque acredita que sabe mais.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em yesod shebehod. Interessante notar que José, que representa a sefirá yesod, é chamado de “touro” por Jacob na sua benção no leito de morte. Extraímos do boi a lição de auto-aprimoramento de que devemos trabalhar de forma concentrada ,humildemente e lembrar da Onipotência divina. Precisamos sempre recordar que D’us nos salvou de nossos inimigos e que em consequência, nada temos a temer.



[1] Salmos 20:8 e 147:10

Semana 32: Reconhecer Como Somos Pequenos e Como D’us é Grande


Semana 32: Reconhecer Como Somos Pequenos e Como D’us é Grande 
Na semana trinta e dois do mês de Iyar, no Perek Shirá, a mula declara que todos os reis da terra reconhecerão as palavras de D’us (Salmo 138:4). Esta semana continua ligada ao dia cinco de Iyar. Nesta data se comemora também o reconhecimento do direito do Povo Judeu sobre a Terra de Israel pelos líderes das nações, representados nas Nações Unidas. As nações do mundo custaram para entender o direito do Povo Judeu à Terra de Israel, mas ao menos nesta data mundialmente reconheceram. 
Também podemos ligar o cântico da mula à estória da mula de Bilaam. Nessa estória, tanto Bilaam, quanto o rei Balak, fizeram de tudo para tirar do Povo Judeu a terra prometida a Abrahão. O Pirkê Avot ensina que Bilaam e Abrahão são pólos opostos. Enquanto Abrahão era humilde e a maior fonte de bendição, Bilaam era arrogante e a maior fonte de maldição. A Torá descreve que Bilaam, acompanhado de sua mula, tentou amaldiçoar o Povo de Israel, mas acabou sendo forçado a reconhecer sua glória, abençoando-o maravilhosamente. 
Outrossim, como havíamos explicado, o mês de Iyar é conectado à tribo de Issachar, que por sua vez, tem como símbolo o jumento. A mula é uma mistura de jumento com cavalo. A mula também representa um aspecto de deficiência física, pois a mula não consegue procriar. Conforme mencionado anteriormente, Iyar é o mês da cura. 
O Pirkê Avot desta semana é sobre a importância de ser muito humilde. Rabi Levitas de Yavne ensina para que sejamos de espírito sumamente humilde, pois o homem mortal (enosh) só pode esperar vermes (Capítulo IV:4). Isto lembra bastante a frase talvez mais essencial dita por Abrahão: "sou como pó e cinzas". Pó, porque o homem vem do pó e a ele voltará. E cinzas porque, Abrahão e Sara eram estéreis e não podiam ter filhos, tal qual a mula. Entretanto, D’us é capaz de tudo... dar filhos a Abrahão e Sara, fazer uma mula falar, e até fazer com que Bilam abençoe Israel! 
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em netzach shebehod, pois é necessário persistência para obtenção da vitória junto ao serviço de D’us. A mula contém este aspecto de persistência, netzach
Uma lição que se depreende da mula é a de que mesmo os ricos e poderosos tem que entender que estão subjugados a D’us. Assim, temos que agradecer a D’us mesmo nos momentos bons e não apenas naqueles difíceis em que clamamos por cura. D’us paira e controla a tudo e a todos, sem distinção de classe ou cor. 

Sunday, April 26, 2009

Semana 35: Agradecer a D’us com União


Semana 35: Agradecer a D’us com União

Na  trigésima quinta semana no Perek Shirá os animais selvagens, chayot, cantam que D’us é bom e concede o bem (Talmud, Berachot 48b). Nesta semana ocorrem as festividades de Yom Yerushalayim e Rosh Chodesh Sivan. O mês de Sivan é ligado a tribo de Zevulun, que tem como qualidade maior a habilidade comercial, ou seja, a capacidade de ser bem sucedido dentro do mundo de “capitalismo selvagem”.
O canto dos animais selvagens é a essência do que é louvar a D’us. Usamos essas palavras na benção que dirigimos a Ele quando algo muito bom nos acontece. O fato de que esses animais, apesar de selvagens, consigam cantar todos juntos é excepcional, e está relacionado a Rosh Chodesh Sivan. Sivan é marcado pelo recebimento da Torá, e também pela união do Povo Judeu. Foi em Rosh Chodesh Sivan que todo Povo acampou no Monte Sinai “como um só indivíduo, com um só coração”. Esta união também é simbolizada pelo signo do zodíaco deste mês: gêmeos.
A festividade de Yom Yerushalayim representa a comemoração da Guerra de Seis Dias, quando Israel teve uma vitória milagrosa e Jerusalém foi reunificada. O termo Yom Yerushalyaim mencionado nos Salmos, expressa uma referência a destruição de Jerusalém, acontecimento tido como muito ruim. Depois de 1967, o termo Yom Yerushalayim tornou-se sinônimo de um dia bom e feliz, para o qual o canto dos animais selvagens é bastante apropriado.
            O Pirkê Avot desta semana nos ensina através da lição do Rabi Tsadok para que não nos separemos da comunidade, não atuemos como conselheiros quando formos juizes, e não façamos da Torá uma coroa para nos engrandecermos com ela, nem em um machado para cortar (Cap. 4-5). A afirmação de Rabi Tsadok está diretamente ligada ao recebimento da Torá e à ideia de união entre judeus enfatizada em Rosh Chodesh Sivan.
            Rabi Tsadok jejuou por quarenta anos para que o Templo em Jerusalém não fosse destruído. Rabi Yochanan ben Zakkai se pronunciou sobre o Rabi Tsadok afirmando que se houvesse mais um tsadik como ele, Jerusalém não teria sido destruída. Neste sentido, quão apropriado termos Rabi Tsadok como o rabino da semana da festividade de Yom Yerushalayim!
A combinação das sefirot desta semana resulta em malchut shebehod. Nesta semana, trazemos o serviço divino para a realidade. A lição de autoaperfeiçoamento que podemos extrair do louvor a D’us pelos animais selvagens é a de que tudo que D’us faz é para o bem; acontecimentos que parecem ruins podem futuramente se tornar bons.

Sunday, April 19, 2009

Semana 36: Andar com Fé


Semana 36: Andar com Fé

Na semana trinta e seis do calendário judaico, semana que marca a festa de Shavuot, no Perek Shirá a gazela canta elegias e exalta a cada manhã, o poder e benevolência de D’us, seu abrigo e refúgio em tempos difíceis (Salmos 59:17). Shavuot é o yahrzeit do Rei David e do Ba’al Shem Tov.[1]
A palavra em hebraico para gazela, tzvi, tem a mesma guematria que a palavra emuná, fé, e é formada por três letras: tzadi, beit, e yud, as primeiras letras de cada palavra no versículo “o tzadik vive pela sua fé”, do profeta Habakuk. O Rei David e o Ba’al Shem Tov são dois dos maiores exemplos deste dito. O Talmud explica que este versículo na verdade é o resumo de toda Torá que foi dada a Moisés no Monte Sinai, em Shavuot.[2]
A canção da gazela expressa a fé em Hashem, já que canta de seu regozijo de manhã, depois que Hashem a salvou da opressão (conceito associado à noite). Este canto também parece bastante relacionado aos versos 2 e 3 do Salmo 92: “É bom agradecer a Hashem, e cantar o Seu Nome, ó Supremo/ Falar de Sua bondade pela manhã, e de Sua fé a noite.” O dia é associado a chesed, enquanto  a noite é associada a guevurá. Depois das dificuldades que sofremos durante a contagem do ômer, também relacionada com a noite,[3] em Shavuot vemos a revelação de D’us com clareza, como o dia.
Os chifres da gazela são como uma coroa, e sabemos que o Povo de Israel também foi coroado por mostrar sua fé na hora do recebimento da Torá. O Midrash nos diz que enquanto outros povos recusaram a Torá, os judeus disseram “Faremos e ouviremos!” O Povo Judeu aceitou cumprir as mitsvot antes mesmo de ouvi-las e entendê-las, e por isso cada judeu recebeu duas coroas, uma por ter dito “faremose outra por ouviremos”. Estas coroas foram retiradas depois do pecado do bezerro de ouro.
O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Iossé que ensina que aquele que honrar a Torá será respeitado pelos homens, e quem a profanar , não merecerá o respeito de ninguém (Cap. IV:8). Esta lição está relacionada com a entrega da Torá, quando todo Povo de Israel foi elevado. Quando descumpriram a Torá, foram rebaixados.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em chesed shebeyesod. Em Shavuot, o Povo Judeu teve que estar firme em sua fundação para receber a grande bondade que é a Torá. Naquele momento, a revelação de D’us foi tão forte, que sem uma fundação apropriada, o Povo não teria conseguido testemunhar aquele momento. Ainda, a lição que depreendemos da gazela é a de que devemos ter fé “de noite”, em tempos difíceis, sabendo que eventualmente poderemos agradecer à Hashem “de dia”, ou seja, nos bons momentos.


[1] Note-se que a data de nascimento do Ba’al Shem Tov ocorre na semana cinquënta, “Shavuot” do ano.
[2] Makkot 24A
[3] Shem M’Shmuel, Lag Ba’Ômer

Sunday, April 12, 2009

Semana 37: Manter a Humildade e Não Perder de Vista a Grandeza Que Presenciamos

Semana 37: Manter a Humildade e Não Perder de Vista a Grandeza Que Presenciamos

E chegamos a semana trinta e sete, na semana depois de Shavuot, na qual o elefante no Perek Shirá declama quão grandes e magníficas são as obras de D’us e quão profundos são Seus desígnios (Salmo 92:6). O elefante vem a ser o maior dos animais terrestres.
Em Shavuot ficamos todos profundamente impressionados com a grandeza de D’us e de Sua Torá. Ficamos mais elevados espiritualmente, depois deste dia de enorme revelação Divina. O importante agora é não deixar  que nos esqueçamos desta grande experiência.
A lição que colhemos do Pirkê Avot está no conselho do Rabi Yishmael que dizia que aquele que se abstém de ditar sentenças jurídicas remove de si a inimizade, o roubo e um juramento desnecessário; mas aquele que se engrandece emitindo decisões jurídicas é um tolo, malvado e arrogante (Cap. IV:7). Ele também dizia que o único que pode julgar sozinho é D’us, e aconselha a não dizer: "Vocês devem aceitar o meu ponto de vista," porque isto é um direito [da maioria], não do indivíduo.
O ensinamento de Rabi Yishmael está conectado com o desejo de união e harmonia ligados ao mês de Sivan. Este ensinamento também parece estar ligado à humildade necessária para o cumprimento da Torá. Devemos fazer de tudo pra não nos engrandecer à custa dela, lembrando sempre que grande mesmo é só D’us.
As palavras de Rabi Yishmael estão também conectadas com as interações entre Moisés e Korach. Korach era riquíssimo e tinha grandes habilidades comerciais, como Zevulun, a tribo deste mês. Por causa de sua riqueza e inteligência, Korach se julgava uma pessoa muito grande e importante. Quando se rebelou, demandando que Moisés e Aarão abandonassem suas posições de liderança, se baseou no conceito “democrático” de que a maioria deve prevalecer. Moisés se absteve de ditar sentenças e tentou apaziguar a situação. De maneira conciliadora, explicou que as escolhas de suas posições vieram diretamente de Hashem, e que Korach e seu grupo estavam se rebelando contra Ele. D’us sim é o único que julga sozinho.
A combinação das sefirot desta semana resulta em guevurá shebeyesod, já que após tremenda revelação, temos que trabalhar com força e disciplina para manter sólidos nossa base e fundação no estudo da Torá e no cumprimento das mitzvot. O elefante representa esta forte. fundação. Afinal, quem consegue mover um elefante contra sua vontade?
Finalmente, a lição de auto-aprimoramento que aprendemos é a de que até o elefante percebe a grandeza e profundidade divina.

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