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Sunday, September 20, 2009

Semana 14: Acreditar na Própria Força, que Vem de D’us


Semana 14: Acreditar na Própria Força, que Vem de D’us

Na décima quarta semana, continuação de Hanuká, é a vez da gansa doméstica cantar: “Louve e proclame o Nome do Eterno, divulgue entre todas as nações Seus feitos, entoe cantos e hinos, narre todos os Seus prodígios” (Salmo 105:1-2). O canto da gansa doméstica está ligado a mitsvá de divulgar os milagres de Hanuká. Nesta ocasião, devemos cantar a Ele, fazer música para Ele, e falar de Sua grandeza.
Além de Hanuká, esta semana marca Rosh Chodesh Tevet. Tevet é representado pela tribo de Dan.  Esta tribo é caracterizada pela força - Sansão fez parte desta tribo - e capacidade de multiplicação. Dan só teve um filho, mas com o tempo virou uma das tribos mais numerosas do Povo Judeu.[1] Tevet é considerado um mês difícil, no qual ocorre o jejum do dia dez de Tevet, quando Jerusalém foi sitiada.
Esta semana marca também o feriado chassídico de Didan Netzach, A Vitória é Nossa”, no dia 5 de Tevet. Neste dia, o último Rebbe de Lubavitch conquistou uma grande vitória, mantendo a santidade dos livros sagrados da biblioteca Lubavitch. Como será explicado mais detalhadamente na próxima semana, o mês de Tevet está conectado com a importância de valorizar os livros sagrados. Essa festa também está associada a grande vitória física e espiritual dos Macabeus.
O ensinamento do Pirkê Avot dessa semana pode ser encontrado nas palavras do Rabi Chaniná, suplente do Sumo Sacerdote: “Reza pelo bem-estar do governo, pois se não fosse pelo temor a este, os homens se engoliriam vivos uns aos outros” (Cap. III:2). Sem freio, os mais fortes iriam explorar física e economicamente os mais fracos.
É surpreendente a conexão que se estabelece nesta semana entre a festa de Hanuká na qual o Povo de Israel celebra sua salvação do domínio e exploração helênica, por conta de um grupo de sacerdotes físicamente mais fracos. O ensinamento extraído do Pirkê Avot é do suplente do Sumo Sacerdote.
Nesta semana a combinação das sefirot resulta em malchut shebeguevurá: realeza e ação no mundo material, com disciplina. Isto se aplica perfeitamente a própria dinastia chasmonica dos Macabeus. Os Macabeus eram duros e disciplinados (guevurá) e depois de vencer os gregos tornaram-se reis (malchut).
O que aprendemos nesta semana com a gansa doméstica é sobre a importância de perceber os milagres que ocorrem diariamente a nossa volta, e de sempre agradecer por eles. Recordar e divulgar milagres que ocorrem ao longo da vida é uma excelente forma de sermos mais gratos no nosso dia-a-dia. É exatamente esta qualidade a fonte de benção e felicidade.


[1] Ryzman, p. 77

Sunday, September 13, 2009

Semana 15: Valorizar o Estudo da Torá

Semana 15: Valorizar o Estudo da Torá

Na décima quinta semana, o ganso selvagem no Perek Shirá, quando vê Israel ocupado com a Torá, clama para prepararem um caminho para o Eterno. Após encontrar comida, bendiz aquele que confia no Eterno, e não no ser humano (Isaías 40:3 e Jeremias 17:5-7). Esta semana é marcada pelo jejum do dia dez de Tevet – quando Jerusalém foi sitiada. Este foi o passo inicial para a destruição do Templo e o exílio da Schechiná, a Presença Divina.
Poucos foram os judeus que sobreviveram à destruição do Primeiro Templo. Mesmo assim, os judeus se  multiplicaram e voltaram a ser um povo numeroso, como a Tribo de Dan, símbolo de Tevet.
O Midrash nos diz que Jerusalém foi sitiada e o Primeiro Templo destruído porque não se dizia a benção necessária antes do estudo da Torá. Em outras palavras, esta tragédia ocorreu pela falta de importância espiritual dada à Torá e aos Livros Sagrados.
No ensinamento do Pirkê Avot desta semana, leciona o Rabi Chaniná ben Teradion: “Se duas [pessoas] estão sentadas juntas e não trocam entre si palavras de Torá, esta é uma companhia de zombadores... Mas se dois se sentam juntos e trocam entre si palavras de Torá, a Presença Divina repousa entre eles” (Cap. III:2). Rabi Chaniná explica que até mesmo quando uma pessoa se senta só e se ocupa com a Torá, D’us a recompensa. Neste caso é clara a conexão com os assuntos da semana mencionados acima.
A combinação das sefirot resulta em chesed shebetiferet. Quando o sítio a Jerusalém começou, a situação ainda não era tão grave. Havia chance para arrependimento, antes que ocorressem outros eventos trágicos. Isto pode ser considerado como bondade dentro da capacidade de misericórdia, o outro significado da sefirá tiferet.
Em relação à lição de auto-aprimoramento, o ganso selvagem consegue compreender a grande importância do estudo da Torá. Ele entende que seu sustento está no Eterno, e não através das mãos do ser humano. Se fizermos nossa parte, D’us certamente fará a Dele.


Sunday, September 6, 2009

Semana 16: Confiar e Se Apoiar na Força de D’us


Semana 16: Confiar e Se Apoiar na Força de D’us

E chegamos à décima sexta semana quando no Perek Shirá os patos anunciam para que confiemos no Eterno para sempre, pois Ele é D’us, a Rocha Eterna (Isaías 26:4). Nesta semana do mês de Tevet, continuamos conectados com a força de Dan.
Não é por acaso que o Perek Shirá menciona os patos no plural. Os patos se multiplicam rapidamente e têm famílias grandes. Viajam em grupos e dependem mutuamente para sobrevivência durante a migração quando fogem do frio. O Talmud declara que Tevet é o mês mais frio do ano, "quando o corpo tem prazer [em outro] corpo".[1]
Depois da destruição do Primeiro Templo, o número de sobreviventes judeus era muito pequeno. De acordo com o Livro de Jeremias, somente um total de 4.600 pessoas foram exiladas para a Babilônia.[2] No entanto, em um período extremamente curto, a comunidade judaica na Babilônia prosperou muito, tornando-se numerosa, influente e rica.
 A canção dos patos também parece ser uma referência à força de D’us e Sua capacidade de nos multiplicar. Rocha, Tzur em hebraico, representa estabilidade e força. Tzur também significa Criador ou Artesão, pois como disse Isaías: "Ele formou você desde o ventre".[3]
O ensinamento do Pirkê Avot desta semana está na lição do Rabi Shimon Bar Iochai: “Três [pessoas] que comeram na mesma mesa e não falaram palavras de Torá é como se houvessem comido dos sacrifícios aos [ídolos] sem vida... Mas três [pessoas] que comeram na mesma mesa e pronunciaram ali palavras de Torá, é como se houvessem comido da mesa de D’us” (Cap. III:3).
Rabi Shimon fala da importância do uso de palavras da Torá. Conforme explicado anteriormente, a negligência em relação ao lado espiritual do estudo da Torá foi a causa da destruição do Templo. Rabi Shimon foi o maior conhecedor dos segredos da Torá. Ele entendeu perfeitamente como a abstenção de palavras da Torá gera um efeito negativo no mundo.
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta em guevurá shebetiferet. Devemos ter força, seriedade e disciplina na nossa ligação com a agradável beleza espiritual e o equilíbrio da Torá.
Uma lição de auto-aprimoramento que extraímos dos patos é de ter total confiança em D’us, apoiando-se Nele tal qual apoiaríamos numa rocha forte e estável.



[1] Meguilá 13a
[2] Cap. 52:28-30
[3] Cap. 44:2

Sunday, August 30, 2009

Semana 17: Estar Atento e Confiante na Orientação Divina


Semana 17: Estar Atento e Confiante na Orientação Divina

Na semana décima sétima, ainda no mês de Tevet, o pássaro abelharuco ensina no Perek Shirá que com assobios D’us chamará (como um pastor a seu rebanho) para nos reunir, porque Ele haverá nos redimido; e nos multiplicaremos como no passado (Zehariá 10:8).
Nesta semana destaque-se o yahrzeit do Alter Rebbe de Lubavitch, no dia 24 de Tevet. O Alter Rebbe faleceu devido a dificuldades que encontrou quando fugia de Napoleão. Durante sua fuga, à noite, o Alter Rebbe ia em uma carruagem atrás, enquanto seu neto, Rav Nachum, estava na carruagem da frente. Sempre que se aproximavam de uma encruzilhada, Rav Nachum perguntava ao Alter Rebbe qual caminho tomar. Num dos cruzamentos, Rav Nachum não entendeu a direção dada e errou o caminho. Mais tarde, quando perceberam o erro, "o Alter Rebbe suspirou profundamente e disse: 'Como é bom quando um neto segue o caminho de seu avô – e o oposto é verdade quando um avô tem que seguir o caminho em que seu neto o leva.’ ... O erro na encruzilhada causou vários desvios problemáticos, e logo depois o Alter Rebe faleceu".[1]
O assobio da canção do pássaro abelharuco é uma metáfora para os vários métodos utilizados por D’us, de modo a promover o retorno ao judaísmo de uma pessoa que ainda não encontrou seu caminho. Como será explicado na semana 26, D’us é nosso Pastor e somos Seu rebanho. Além disso, o Livro Zohar ensina que Moshe era chamado de Raya Mehemna, pastor fiel ou da fé, sendo que cada geração tem seu Moshe. É importante que sigamos os conselhos do “Moshe” de cada geração (como foi o Alter Rebbe), a fim de não perder o caminho na escuridão do exílio, como infelizmente ocorreu na história acima relatada.
O Pirkê Avot desta semana está nas palavras do Rabi Chaniná ben Chachinai, que diz: “Quem fica acordado à noite ou fica andando [só] pelo caminho, e volta seu coração à ociosidade, coloca em perigo a sua vida (Cap. III:4). Rabi Chaniná está se referindo à noite do exílio. No exílio, não podemos estar isolados e envolvidos apenas com obras vãs em nossos corações. Temos que pertencer a uma comunidade e ser atentos ao assobio de D’us, de modo a não perder o rumo e comprometer nosso destino.
A combinação das sefirot da décima sétima semana resulta em tiferet shebetiferet. Para sobreviver aos dias frios de noites longas, temos que temperar a escuridão com a luz e inspiração de Hanuká e do yahrzeit do Alter Rebbe. Desta forma, ficamos extrememante conectados com a beleza e equilíbrio da Torá, confiando na suprema misericórdia de D’us.
O abelharuco ensina que D’us está conosco nos guiando durante as adversidades e que Ele nos levantará. É importante estarmos sempre atentos e confiantes.



[1] Likutei Diburim, Volume I, Cap. 2, p. 34-35

Sunday, August 23, 2009

Semana 18: Viver em Harmonia com a Natureza de maneira Sobrenatural


Semana 18: Viver em Harmonia com a Natureza de maneira Sobrenatural

Na décima oitava semana, Rosh Chodesh Shvat, é a vez do gafanhoto no Perek Shirá louvar a D’us seu cântico, declamando que seus olhos estão erguidos para as montanhas, de onde virá seu auxílio (Salmo 121:1). Assim, o canto do gafanhoto está ligado à reza e à fé.
É incrível como esse animal está conectado  na semana quando nas sinagogas se faz a leitura das pragas, inclusive a de gafanhotos, enviadas ao povo egípcio quando manteve os judeus escravizados.
O mês de Shvat está relacionado com a fé. Em pleno inverno, o Povo Judeu celebra Tu B’Shvat, confiando que as árvores irão florescer em breve. Nesta celebração, inclusive de caráter ecológico, o Povo de Israel comemora o ano novo das árvores. Neste dia, temos o costume de comer muitas frutas de diferentes tipos.
Shvat é o mês da tribo de Asher, que representa prazer e deleite. A festividade de Tu B’Shvat e, frutas em geral, são relacionadas com estes conceitos.

O Pirkê Avot desta semana está no ensinamento do Rabi Nechunia ben Hacaná, ao lecionar que “todo aquele que assume sobre si o jugo da Torá (isto é, a obediência e diligência no estudo e seu cumprimento) – lhe são retirados o jugo do governo e das obrigações mundanas; porém, quem retira de si o jugo da Torá – lhe são impostos o jugo do governo e o das obrigações mundanas” (Cap. III:5). Rabi Nechunia aconselha tomar para si o estudo da Torá, “Árvore da Vida,” que está acima da natureza. E, se não o fizer, estará sujeito às obrigações mundanas da vida. Rabi Mendel de Kotsk explica que conhecemos muitos exemplos de sábios e estudiosos da Torá com obrigações mundanas e inclusive profissionais. Porém, estes não sentiam tais obrigações como um jugo ou preocupação.[1]
Nesta semana, a combinação das sefirot resulta em netzach shebetiferet representando a vitória e persistência existentes na beleza e equilibrio. Em Shvat, ainda no inverno, a árvore tem que persistir para sobreviver, e só com equilíbrio  ela conseguirá. Sem raízes suficientes, a árvore não fica de pé. Sem galhos e folhas, a árvore não tem energia para se nutrir.

Depreende-se do canto do gafanhoto que a ajuda vem de D’us quando levantamos os olhos acima da nossa visão costumeira. O Midrash ensina que as montanhas são uma referência aos patriarcas, pois é em grande parte pelo mérito das ações deles que D’us nos salva. A lição é a de que temos que enxergar não só nossa situação atual, mas o todo, o que somos e de onde viemos - de nossos pais.




[1] Marcus, p. 87

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